Duvid Blog

Neste mundo (financeiro) nada irá te salvar, nem mesmo o Bitcoin!

• Por Leandro Henrique da Silva
• 27 de abril de 2024.

Em novembro de 2023, o Bitcoin estava cotado a $38.700 e em três dias já havia subido para $44 mil. Fiz uma pequena compra, pois em abril de 2024 ocorreria o tão aguardado halving, e decidi experimentar por conta própria o que isso realmente significa.

Finalmente chegou o evento que corta pela metade a recompensa pela mineração do Bitcoin (halving) e já estava em $62 mil. Mas, espere um pouco! Caso o leitor não saiba nada sobre isso, criptomoedas, mineração, blockchain etc., ok, está tudo bem, pois vou escrever sobre uma outra coisa correlata: as soluções que quase ninguém sabe para os problemas que sempre existiram.

Por conta do trabalho como professor de geografia, me tornei especialista em estudar o impacto de empresas no território, tanto no mestrado como no doutorado. Mesmo assim, até meados dos trinta anos não demonstrava interesse sobre o planejamento financeiro para os anos seguintes.

O fato é que quando seus familiares estão na idade da aposentadoria, as situações mudam e é o momento em que você percebe a gravidade da situação econômica do brasileiro em geral. É nesse instante que você olha para o futuro e começa a planejar sua própria aposentadoria, sem depender de ninguém, de bancos, governos ou qualquer que seja.

É muito importante fazer as próprias escolhas, sem depender de aprovação externa, seja de grupos ou de ideologias. Nesse jogo, ao final, não haverá como recuperar o tempo perdido. Entretanto, é no meio do caminho que surgem os problemas, mas principalmente as soluções milagrosas.

"No jogo da vida, e especialmente nos investimentos, todos têm uma opinião sobre o que você deveria fazer. Eles tentarão te induzir ao erro, aproveitar-se da sua falta de conhecimento. Irão dizer que a poupança é um péssimo investimento (de fato é), mas não para te ajudar, mas sim para fazer você transferir o seu suado dinheiro para o mercado."

Há um ditado no mundo das finanças repetido pelos assessores: se a carteira do cliente não gira, somos nós que rodamos. Quer dizer, se você optar por não adquirir produtos oferecidos pelos bancos, como o COE (Certificado de Operações Estruturadas) e CDBs (Certificado de Depósito Bancário), ou não se envolver com qualquer outro tipo de produto financeiro que "trave" seus investimentos por anos em troca de taxas de remunerações baixas, corre o risco de perder dinheiro.

O que é curioso é que raramente somos aconselhados a considerar a possibilidade de nos tornarmos acionistas de grandes empresas consolidadas e participar de seus lucros, uma opção muitas vezes desconsiderada, talvez devido à percepção de risco associada a ela. Talvez isso ocorra devido ao medo que os consultores promovem no cidadão. (falarei disso em outro post).

O que fazer nesses casos? O primeiro passo seria realizar a própria autoanálise e investigar toda forma de dependência, seja ela psicológica ou ideológica. Questionar a razão de tantos agentes te oferecendo produtos para o seu “bem”. Todo ser humano é um representante da humanidade, isto é, herdou o mesmo cérebro que vem evoluindo há centenas de milhares de anos e é responsável por si e pelos outros enquanto sociedade.

De volta ao mundo das criptomoedas, a nova promessa de liberdade econômica atual. A promessa de que uma moeda promoverá uma mudança tão radical no ser humano que uma nova sociedade surgirá disso, a qual não dependerá de governos ou instituições bancárias.

O problema é quando um novo fenômeno se transforma no santo graal capaz de resolver todos os problemas do mundo. Nossa história nunca foi assim tão fácil. Sempre houve problemas e soluções e mais problemas sendo criados. Aproveitadores e todo tipo de gente disposta a cair em golpes quando o assunto é dinheiro fácil.

Afinal de contas, não há beleza em dizer para quem quer que seja: trabalhe e poupe por 20, 30 anos para aumentar as chances de ter uma vida material um pouco melhor no futuro. Isso não desperta utopias, nem mesmo vende nada. Mas bem-vindo ao mundo real. Não defendo nada e não acho que nada ou ninguém resolverá rapidamente o caos no mundo.

Eu sigo minha vida e faço o possível para torná-la um pouco melhor. E detalhe, com o lucro que obtive com a subida de 25% do Bitcoin, fui viajar para Ouro Preto e já estou pensando em me mudar para Minas, mas essa é uma outra história.